Foram definidos, neste domingo (16), os campeões do basquetebol e futsal nos Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul. A etapa de 12 a 14 anos ocorre em Campo Grande. A competição é organizada pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), e segue até 23 de junho, com mais modalidades em disputa.
As partidas decisivas do futsal foram realizadas no Ginásio de Esportes Eric Tinoco Marques, o Moreninho, no campus Cidade Universitária da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Na primeira divisão feminina, o título ficou com Amambai, enquanto na segunda divisão, foi Bataguassu quem levantou o troféu. Já na primeira divisão masculina, Dourados sagrou-se campeão. Na divisão abaixo, Água Clara foi o vencedor.
A quadra poliesportiva da Escola Municipal Professor Vanderlei Rosa de Oliveira foi palco das finais do basquetebol, que teve divisão única. No feminino, Dourados ficou com o título e no masculino, Campo Grande levou a melhor.
Matheus Dulcídio Souza, técnico de Rochedo no futsal masculino, destacou a importância de sua cidade, que possui cinco mil habitantes, chegar a uma final de Jogos Escolares. “A gente começou o campeonato com uma derrota e nosso time veio crescendo, passamos das quartas, passamos da semi e hoje estamos aí na final. A gente treina de segunda a quinta na cidade de Rochedo, no período da manhã e da tarde. Os meninos que estudam de manhã treinam à tarde e os que estudam à tarde treinam de manhã. Eu não consigo trabalhar com todos juntos, mas deu certo que a gente conseguiu chegar nessa final, que os Jogos, querendo ou não, praticamente é um estadual desta categoria, várias cidades, e estamos muito felizes. Os jogos são de suma importância, o esporte muda, não somente o futebol, mas o esporte muda a vida de cada atleta. Eu fico feliz que uma cidade como a nossa, de 4, 5 mil habitantes, chegar numa final de um evento tão grande como esse”.
Também do futsal masculino de Rochedo, o atleta Lucas Viana, de 13 anos, afirmou que a rotina de treinos se intensifica às vésperas da competição escolar. “Diariamente a gente faz treino físico, de finalização, é isso. A gente sempre tem que estar com o ego lá em cima e acreditar que a gente vai vencer. O futsal é tudo, muda a vida de muita gente, controla a gente, deixa a gente relaxado, a gente se sente bem jogando, é o que a gente gosta de fazer”.
Seu colega de equipe, Wenderson Ramires, de 14 anos, completa dizendo que “é um alívio sair um pouco de casa, experiência dentro de campo, dentro de quadra, é muito bom para evoluir mais. É meu segundo Jogos Escolares. Para mim é um alívio, é felicidade, é um pouco espiritual para mim, participar, deixa a gente mais à vontade dentro de quadra”.
Chefe de delegação de Chapadão do Sul, Leocir Martins dos Santos enfatiza que papel social de inclusão do esporte. “O esporte no contraturno para os jovens é de suma importância para tirar eles dos caminhos errados. Nós estamos jogando numa final, depois de nove anos estamos numa final de novo. É uma expectativa muito grande participar dos Jogos, não apenas para os alunos, para os atletas, para os pais, professores, diretores, para a prefeitura, nosso prefeito nosso secretário se empenharam bastante para trazer essas crianças para cá. É uma luta enorme, uma dificuldade, mas a gente sempre sabe sobressair, e estamos na final com muito mérito dessas crianças”.
Raul Paredes, técnico da equipe de futsal masculino de Água Clara, um dos times campeões da tarde, disse que chegar à final foi especial. “Ano passado, nós estávamos na terceira divisão, chegamos na final também, mas infelizmente nós batemos na trave. Neste ano, queríamos chegar à final novamente e ter a oportunidade de fazer diferente desta vez, fazer história e ser campeão. A rotina de treinos é bem pesada, porque a gente sabe que é um campeonato de alto nível. Então, tento passar o melhor possível para que eles consigam chegar dentro da quadra e desempenhar todo o treinamento que foi efetuado em Água Clara”.
O técnico do futsal masculino de Dourados, Luiz Carlos Belizário, explicou que o time vem treinando desde o ano passado. “Meus atletas se dedicaram muito, têm muito talento, e foi muito merecido. O esporte é muito importante na vida deles porque é o sonho deles ser jogador de futebol, chegar lá um dia. O sonho deles é o meu sonho, porque um dia eu sonhei também em ser jogador de futebol, então eles se realizam e eu também me realizo”.
Com 17 gols marcados, Vinício Lima Nunes, de 13 anos, foi um dos principais responsáveis por trazer o título douradense. “O futsal me ajuda com meus problemas pessoais, minha mente quando eu estou em casa melhora, na escola me ajuda. Antes eu tinha problema, dificuldade, agora estou aprendendo mais, e o meu técnico de Dourados vem me ajudando muito com a minha mente. Todo dia, só domingo que eu não treinava, uma hora e meia por aí”.
Rafael Yoshio Hirota Seno, técnico da equipe vencedora de Dourados, no basquete feminino, disse que a equipe enfrentou um período difícil. “A gente teve um campeonato esses tempos em que as meninas ficaram em terceiro lugar, perdemos para o time de Campo Grande, foi uma derrota bem difícil, mas as meninas se dedicaram bastante para estar aqui e conquistar essa vaga para o nacional foi muito bom. Eu já fui atleta, eu acho que a gente quando é atleta se desenvolve, aprende muitas coisas importantes que a gente leva pra vida”.
Clara Elis Cavali, cestinha do time vencedor, disse que foi um privilégio participar dos Jogos Escolares. “Eu amei estar aqui com a minha equipe, meus técnicos, foi único. O basquete é minha família, é tudo, amo basquete, estar sempre com eles, eles são meu lar, as pessoas que me acalmam”.
Técnica da equipe masculina de basquete da capital, Karen Renate Müller disse que para ganhar foi preciso muito esforço. “Os meninos muitos moram longe da escola, Campo Grande é muito grande, deslocamento para treinamento, para academia, a equipe se esforçou muito para estar aqui, então isso mostra o quando o trabalho devolve, a gente se esforçar e colher os frutos no final. O esporte muda, os mudou muito, a questão do estudo, porque cobra o boletim, a questão da disciplina dentro de casa, de eles serem comprometidos, para que eles cresçam como pessoa, não só como desportistas”.
Ezequiel Maciel, de 14 anos, da equipe campo-grandense, disse, emocionado, que o basquete para ele ultrapassa barreiras. “Não é só dentro da quadra que ele modifica as pessoas dentro, fora, modifica o mundo inteiro com esse esporte maravilhoso que a gente pratica. Ganhar os Jogos foi a realização de um sonho, o maior objetivo que eu tinha desde o começo, nunca imaginei que ia estar aqui”.
Karina Lima, Comunicação Setesc
Fotos: Daniel Reino/Setesc