Campo Grande (MS) – Jovens de muito destaque surgem a cada dia nos esportes em Mato Grosso do Sul, resultado dos esforços do Governo do Estado em investimento nas modalidades. Entre estes estão a Bolsa Atleta e a Bolsa Técnico, que contemplarão 346 esportistas e 38 treinadores na edição 2023-2024. Os recursos mensais são de R$ 331 mil e R$ 3,97 milhões, respectivamente, somando todos os pagamentos em 12 meses.
Os atletas paralímpicos sul-mato-grossenses, inclusive, são os destaques nacionais em seus esportes. A judoca campo-grandense Hellen Machado é uma das jovens promissoras no Brasil e já esteve na primeira colocação do ranking nacional na categoria leve J2 (Atletas que conseguem definir imagens), até 57 kg.
Com o apoio do Governo do Estado, Hellen consegue evoluir no judô e a cada dia melhorar na modalidade. “A Bolsa Atleta me ajudou muito, tanto para colocar gasolina para eu ir treinar, quanto para pagar academia, alimentação, todas essas coisas. Também me ajuda com os equipamentos, com os kimonos que são bem caros, esparadrapo, band-aid, tudo”.
Há cinco anos e meio, em abril de 2018, Hellen começou sua carreira no judô quando a sensei Anne Talitha Silva a chamou para fazer uma aula experimental na Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos “Florivaldo Vargas”).
“Ela fazia atendimento no instituto, eu a convidei para experimentar e ela aceitou. Vi logo de cara que ela tinha muito potencial. É uma menina maravilhosa, muito dedicada e comprometida. E é legal tudo que o esporte vem contribuindo com a vida dela, com a vida da família”, conta a sensei Talitha sobre o início de Hellen no judô.
Ao longo destes anos, a jovem já participou de competições relevantes, como o Grand Prix Paralímpico e o Mundial no Azerbaijão, onde ficou em segundo lugar por equipe feminina. “Esse ano eu participei do Parapan de Jovens em Bogotá, fiquei em primeiro e participei de um campeonato na Finlândia que foi em julho, onde também fui primeiro lugar”, relata a judoca Hellen Machado.
Expectativa pelos Jogos 2028
No judô, o atleta precisa pontuar nas competições internacionais, como o Mundial, Grand Prix e Grand Slam para se classificar para os Jogos Paralímpicos. Hellen mantém o foco nos treinamentos e a expectativa de ir bem nestes campeonatos, sonhando com uma vaga para a edição de 2028, em Los Angeles.
“Estou ansiosa para o ano que vem. Acho que vai ser um ano muito bom, tem competições importantes, e que, se eu tiver bom resultado, vão ter muitas coisas boas por vir ainda. Em novembro, tem uma competição muito importante pra gente, do Paralímpico, que é o Grand Prix, se eu for bem, serei convocada para as fases de treinamento da seleção principal e, depois, talvez uma competição internacional. Depois disso, caso eu comece a pontuar e ter resultados bons, acredito, sim, que possa estar nos Jogos de 2028. Então, é só manter a cabeça firme que vai dar tudo certo”.
Apesar das medalhas de ouro em Bogotá (Parapan de Jovens) e na Finlândia (Small Country Challenge), essas duas últimas competições não valem ponto, porque são para jovens. Para pontuar, precisa ser competição de adultos.
A sensei Talitha compartilha o sonho de ver a jovem nos Jogos de 2028, e percebe a evolução da judoca a cada dia. “Na Finlândia, ela foi escolhida como melhor atleta, então ela vem mostrando uma crescente muito grande. E a gente vem sonhando com ela disputando a vaga para o próximo ciclo. Esse ciclo agora para 2024 já está muito em cima, mas o próximo com certeza”.
O lugar onde treinam é o Ismac (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos “Florivaldo Vargas”), uma sociedade sem fins lucrativos, que tem por finalidade prestar atendimento à pessoa com deficiência visual (cegos e com baixa visão), favorecendo sua inclusão na família, na escola e na comunidade, além de oferecer atendimento psicossocial, pedagógico, de reabilitação, desenvolvimento para o mercado de trabalho e paradesporto, oportunizando o desenvolvimento dos processos educacionais, de reabilitação, colocação profissional e a prática paradesportiva nas modalidades de Judô, Goalball e Futebol de cegos.
João Pedro Flores, Programa de Estágio Supervisionado
Fotos: Arquivo Pessoal