Campo Grande (MS) – Gestores estaduais e campo-grandenses de esporte e turismo se reuniram com o diretor-geral dos Jogos Escolares da Juventude (JEJ), na tarde de ontem, e apontaram para uma possível candidatura da Cidade Morena como sede dos Jogos Escolares da Juventude (JEJ). Edgar Hubner apresentou os novos formatos da competição, os custos e as necessidades para realização do JEJ. A proposta agradou os setores locais.
A partir de 2018, os jogos escolares ganham nova etapa. Ao modelo atual – com estadual e nacional – o Comitê Olímpico do Brasil (COB) agrega uma fase regional. Segundo Hubner a decisão foi tomada para diminuir custos e possibilitar que cidades menores ou com estrutura esportiva reduzida possam receber a competição.
Até este ano, os Estados fazem suas seletivas – no caso de Mato Grosso do Sul, os Jogos Escolares de Mato Grosso do Sul (Jems) e os Jogos da Juventude de Mato Grosso do Sul (Jojums) – e classificam seus representantes para as etapas nacionais do JEJ: 12 a 14 anos e 15 a 17 anos. A partir de 2018, as faixas etárias são disputadas numa única grande fase nacional. Nas modalidades ditas individuais, os jogos estaduais continuam qualificando direto para o brasileiro: atletismo, badminton, ciclismo, ginástica rítmica, judô, luta olímpica, tênis de mesa, vôlei de praia e xadrez. Nas coletivas – basquete, futsal, handebol e vôlei – as seletivas passam a classificar para a etapa regional.
O COB dividiu o país em três grandes regiões, com nove competidores, para disputa de vagas para o nacional, nas duas faixas etárias. Mato Grosso do Sul está na 3, junto com os Estados do Sul e do Sudeste. O campeão e o vice regionais juntam-se aos pré-classificados e aos atletas das modalidades individuais para a disputa da etapa nacional.
Necessidades
Neste novo formato, o Estado e o município recebem, numa etapa regional, no máximo, 144 equipes (36 de cada naipe e faixa etária) para cinco dias de competição. Entre as necessidades para sediar, segundo estimativa do COB, estão: até 1650 leitos; 250 diárias de veículos – incluindo carros de passeio, ônibus, vans e ambulâncias; 12 quadras esportivas; pessoal para serviço médico, de segurança e limpeza. “Esses números podem ser menores porque existem os pré-classificados para a etapa nacional que não disputam a regional. O valor do investimento também varia conforme o preço dos serviços que é praticado no local que pretende sediar. A sede tem uma série de vantagens em receber os jogos porque aumenta a arrecadação de imposto, há maior visibilidade, mídia espontânea e o investimento do poder público pode ser menor do que para deslocar a delegação”, justificou Hubner.
A etapa nacional também exige menos estrutura e investimento da sede. De acordo com o diretor-geral dos jogos, apesar do período de competição ter se estendido para 15 dias, a rotatividade é maior, sendo a ocupação máxima de leitos, em torno de 2800 a cada cinco dias. O número de quadras fica próximo ao da regional porque os esportes coletivos foram divididos em dois grupos: futsal e vôlei e basquete e handebol. O investimento cresce no número de veículos e de pessoal para trabalhar, além da necessidade de locais para competições individuais. “A vantagem de sediar a etapa nacional é que todas as equipes do Estado ficam pré-classificadas e não disputam o regional. Esses recursos podem ser redirecionados para receber a etapa. A visibilidade e a arrecadação de impostos também são maiores porque pessoas de todo o país estariam na cidade de vocês”, explicou o diretor-geral.
Campo Grande como sede
As propostas animaram o diretor-presidente da Fundesporte, professor Marcelo Miranda; o diretor-presidente da Fundação Municipal do Esporte (Funesp) de Campo Grande, Rodrigo Terra; e a secretária municipal de Cultura e Turismo de Campo Grande, Nilde Brun. A ideia é tentar viabilizar, no mínimo, a vinda da etapa regional para a Cidade Morena.
“O investimento para uma etapa regional não é tão alto. O custo estimado das locações de veículos (cerca de R$ 250 mil), por exemplo, é inferior ao investimento para levar nossas delegações para uma etapa nacional. Temos que estudar a viabilidade, mas sem dúvida, será um grande ganho para o Estado receber os Jogos Escolares e reinserir definitivamente MS no cenário dos grandes eventos esportivos nacionais. Isso sem contar com o aumento na arrecadação de tributos e da visibilidade de Mato Grosso do Sul, com divulgação para todo o país”, disse o diretor-presidente da Fundesporte.
Um dos entraves para sediar o JEJ, nacional ou regional, é o número de leitos disponíveis, o que, segundo a secretária municipal de Cultura e Turismo, não é problema para Campo Grande. “Temos condições de atender a demanda. Nossa rede hoteleira está preparada e temos tempo para organizar tudo. Será um grande ganho para a Capital e para o Estado receber os jogos. Se possível, a etapa nacional”, falou Nilde Brum.
Outro ponto fundamental para viabilizar o evento é a estrutura de equipamentos esportivos. As quadras e outros locais de competição devem atender às exigências do COB. “Vamos nos reunir com a Fundesporte para avaliar as condições de nossas instalações esportivas e as adequações necessárias para receber os Jogos. Com certeza será muito bom para o Estado se conseguirmos sediar uma etapa”, contou Rodrigo Terra.
O COB irá encaminhar para o Governo do Estado e para a Prefeitura Municipal de Campo Grande o caderno de encargos que precisa ser cumprido para realizar as etapas regional e nacional. Em 2018, o regional está marcado para 26 a 30 de setembro e o brasileiro para 12 a 25 de novembro. “Agora é estudar as possibilidades, ver as adaptações e investimentos necessários para viabilizar a candidatura e o recebimento de uma das etapas. É muito importante para nosso esporte e será um presente para nossa população sediar os jogos. O momento é oportuno porque temos uma boa relação entre governo e município, entre Fundesporte e Funesp o que facilita muito o trabalho. Vamos fazer o possível para nos adequar e receber os jogos”, afirmou Marcelo Miranda.
Participaram do encontro presidentes das federações estaduais de basquete, Eduardo Marques; desportos aquáticos, Jefferson Borges; ginástica, Elaine Nagano; judô, Cesar Paschoal; handebol, Andreia Albuquerque; vôlei, José Eduardo Amâncio da Mota; e xadrez Angelo Mendonça; além do representante da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul Diego Garcia; das coordenadoras do Curso de Educação Física da Unigran Capital Cintia Pereira e Edméia Pacheco; do diretor-executivo da Fundesporte, professor Silvio Lobo Filho e do gerente-geral de Desenvolvimento de Atividades Desportivas, professor Paulo Ricardo Nuñez.
Fotos: Mauro Resstel